Os 12 signos de Valentina

Esse livro prende desde o começo, é super cativante e engraçado, a Ray Tavares sabe fisgar o leitor como ninguém. Ele conta a história da Isadora, uma estudante de jornalismo, que acaba de ter uma decepção amorosa e decide juntar o útil ao agradável: trabalho da faculdade com superação do ex. Ela cria um blog para relatar os encontros que vai ter com garotos de todos os signos do zodíaco (SÉRIO!!!!! QUE IDEIA G E N I A L). Ninguém da faculdade sabe que ela é a autora do blog e por conta disso, ela cria o pseudônimo Valentina e assim começa o experimento e primeiro sai com um ariano e segue toda a ordem dos signos astrológicos. Os personagens dos encontros são muuuito extremos com relação aos signos, o garoto leonino, por exemplo, é 250% leonino, mas isso não foi algo que me incomodou, pois mostrou a essência do que ela queria abordar mesmo. Ultimamente eu tenho me interessado bastante pelo assunto, porque diversas coisas dentro da astrologia fazem muito sentido para mim, o que foi bom, pois assim também aprendi bastante com a Isa. Achei os personagens recorrentes muito interessantes. O tempo todo eu torcia para que a Isa conseguisse terminar o experimento e que não desse nada errado. Imagino que não tenha sido a única que ficou ansiosa pelo encontro com o garoto do meu signo rs. A escrita da autora é muito fluida e eu gostei muito das referências que ela colocou no livro, em sua maioria nacional, como Sonia Abrão, Silvio Santos, aviões do forró, música sertaneja, sacolão do Brás (juro!) e muita referência à cultura pop (Got!!!! Brienne e Jaime!!!) O fato da história se passar em São Paulo fez com que eu me sentisse muito próxima à ela e alguns conflitos relacionados à faculdade de jornalismo também. Fazia muito tempo que eu não dava tanta gargalhada com um livro.

"Pronto. Agora eu posso tomar uma decisão racional sem ser traído pela minha vontade de te beijar."

"Seis atos do nosso teatro de amor. Seis acordes dessa música que eu não me canso de ouvir. Seis palavras que você usou para me conquistar. Seis anos que você me avistou na multidão."

"Ele completou a sua piadinha ridícula de Harry Potter, sei que ganhou mais de um milhão de pontos só nessa! Além do mais, eu vejo como você olha para ele. Daquele jeito que você só olha para a tia que faz tapioca na Paulista." "Porque esse é o grande problema das decepções amorosas e finais de relacionamento: tudo o que é maravilhoso um dia acaba. Mas quem disse que não podemos criar novas memórias tão maravilhosas quanto?" "Eu sinceramente odiava quando alguém me perguntava se eu já havia lido, assistido ou ouvido algo extremamente culto; fazia com que eu me sentisse a pessoa mais estúpida do mundo. Se eu havia assistido ao último episódio de Keeping Up with the Kardashians ninguém perguntava." "Se eu não sei qual é o meu signo, eu posso ser do signo que você quiser que eu seja." "Era engraçado estar na presença de dois capricornianos, porque eu me sentia como um palhaço enfrentando uma plateia particularmente azeda." "A astrologia não significa "fim do livre-arbítrio", mas sim "capacidade de prever determinados comportamentos". Eu posso pegar o mapa astral de uma criança e falar para os seus pais "o seu filho vai ter problemas de aprendizado", mas eu não faço a menor ideia do que ele vai fazer com esse problema, se vai desencanar da educação formal e se dedicar aos outros talentos com os quais nasceu ou se vai se esforçar para tentar se encaixar nos moldes tradicionais. Dois gêmeos podem ser escorpianos e terem predisposição a serem ciumentos, por exemplo, mas eles possuem o livre-arbítrio de escolher entre fazer cenas dramáticas ou engolir o ciúme." "A astrologia não faz mal a ninguém; aliás, é um ótimo assunto para rodas de amigos e uma ótima maneira de tentar conhecer melhor outra pessoa e, ao contrário da religião, nunca matou nem oprimiu ninguém." "A graça da vida é que nem sempre recebemos aquilo que pedimos, mas, muitas vezes, ganhamos o que precisamos."

Jhenifer Souza