O sol é para todos
- Jhenifer Souza
- 8 de ago. de 2019
- 3 min de leitura

Chegou a hora de falar do melhor livro do ano até agora, o que eu já sabia que ia amar antes mesmo de começar e que eu nem sei como falar dele de tanto que me impactou. O sol é para todos (1960) se passa durante os anos 30, em uma cidadezinha pequena dos Estados Unidos, onde um homem negro foi acusado de estuprar uma mulher branca e o responsável por defendê-lo no julgamento é o Atticus, pai do Jem e da Scout (narradora da história). É importante lembrar que nessa época o racismo estava em vigor e a palavra dos negros nunca eram levadas em consideração. Atticus, um homem e um advogado maravilhoso, foi muito maltratado e ofendido apenas pelo fato de estar defendendo o rapaz acusado, as pessoas o consideravam um traidor por estar do "lado dos negros". Scout é uma criança que, ao mesmo tempo que não entende o motivo disso tudo, sabe que está havendo uma injustiça com o caso e tenta proteger seu pai das más línguas. Jem (mais um pra eu amar haha) fica inconformado com os rumos que o julgamento leva e é incrível ver esse lado das crianças, a ingenuidade e o fato de acharem que se algo está errado, as pessoas farão o possível para que não seja mais (com o passar do tempo, a gente descobre que não é bem assim). A cidade, como eu falei antes, é bem pequena, então todo mundo se conhece e sabe da vida alheia, o que faz com que todos comentem o caso, porém Atticus pede que os filhos não arrumem brigas com as pessoas que o xingam. Esse é um dos exemplos de pais incríveis da literatura, eu só queria guardar essa família em um potinho de tão preciosos que eles são.. a educação que o Atticus dá para as crianças é memorável, ele é um homem honrado que acredita até o fim na inocência do seu cliente e faz de tudo para que ele seja tratado de acordo, ao mesmo tempo em que ensina decência aos filhos. Esplêndido. "Você só consegue entender uma pessoa de verdade quando vê as coisas do ponto de vista dela."
"De alguma forma, se eu brigasse com Cecil, Atticus ficaria decepcionado. Era tão raro ele pedir alguma coisa para Jem e para mim que valia a pena ser chamada de medrosa por ele." "Tio Jack tinha sido um cavalheiro por não me desapontar. Mas nunca descobri como Atticus sabia que eu estava escutando, e só muitos anos depois compreendi que ele queria que eu ouvisse cada palavra." "Antes de ser obrigado a viver com os outros, tenho de conviver comigo mesmo. A única coisa que não deve se curvar ao julgamento da maioria é a consciência de uma pessoa." "Queria que você soubesse o que é a verdadeira coragem, em vez de pensar que coragem é um homem com uma arma na mão. Coragem é fazer uma coisa mesmo estando derrotado antes de começar. E mesmo assim ir até o fim, apesar de tudo." "Atticus tinha me ensinado que era educado conversar com as pessoas sobre coisas que fossem do interesse delas, e não do seu." "Eu desconfiava que não devia estar ali ouvindo aquele homem pecador, que tinha filhos mestiços e não se incomodava que todo mundo soubesse disso, mas ele era fascinante." Maycomb: ad astra per aspera "Por caminhos difíceis, chegamos às estrelas." "Heck, se isso for abafado, vai contradizer tudo o que sempre ensinei a Jem. Às vezes acho que sou um completo fracasso como pai, mas sou tudo o que eles têm. Antes de olhar para qualquer pessoa, Jem olha para mim, e procuro viver de modo que eu possa olhar diretamente para ele... Se eu for conivente com uma coisa dessas, não poderei olhá-lo nos olhos, e no dia em que não puder fazer isso, vou perdê-lo. Não quero perder nem ele nem a Scout, porque eles são tudo o que eu tenho. Pode ao menos tentar ver as coisas do meu ponto de vista? (...) Se eles não confiarem em mim, não vão confiar em ninguém. Jem e Scout sabem o que aconteceu. Se eles souberem que eu disse outra coisa na cidade, Heck, vou perdê-los. Não posso ser uma pessoa na cidade e outra em casa."
Jhenifer Souza
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