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A vira-lata

  • Foto do escritor: Jhenifer Souza
    Jhenifer Souza
  • 19 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

A vira-lata conta a história da Maria, uma moça que mora em Aracaju, que tem uma família muito pobre e vende acarajé com a vó para sobreviver. A narrativa mescla entre presente e passado.

No presente, Maria agora se chama Miriam e está morando na Alemanha enquanto estuda a trabalha de babá. Ela fala várias línguas e se estabelece muito bem no novo país, porém esconde que é brasileira e tenta se passar por alemã para as pessoas que ela convive.

Já no passado, é mostrada a dificuldade que ela passa com a avó para que consigam se sustentar e todos os problemas para ser educada, pois a escola está em falta de muitas coisas, até mesmo professores.

É ano de copa do mundo (mais especificamente 1994, ano em que o Brasil levou o troféu) e todos os olhos estão voltados para o grande evento, ignorando todos os problemas que o país enfrenta.


É muito interessante como o autor traz o tema complexo de vira-lata muito presente na Maria (inclusive no título do livro) que vira as costas pro seu país, pras suas origens, mesmo que todas as pessoas ao seu redor digam o quanto admiram e queriam conhecer mais sobre a cultura brasileira, ao mesmo tempo em que dizem que serem alemães não é essa maravilha toda que pintam.

O livro possui diversas cenas pesadíssimas, então aqui fica também o aviso de gatilhos, principalmente de violência.

Foi uma leitura que me fez refletir muito, a Maria me irritou em alguns momentos, mas em outros me deixou absolutamente encantada com o coração bondoso e puro que possui.

Queria mais desses personagens, acompanhar como a Maria conseguiu se mudar para outro país e mais sobre o que aconteceu com a amiga dela também. Por mim, a história poderia ser bem maior.

Acho essa capa um espetáculo a parte, muito bonita mesmo (pena que fica em preto e branco no kindle).

Ah! e tem no Kindle Unlimited.


"Dizem que, quando morremos em um sonho, acordamos porque nosso cérebro não sabe o que acontece depois da morte."


"Depois coloco o sutiã, que é apertado e desconfortável, mas que vale muito a pena usar. Brás Cubas usava botas apertadas porque era muito prazeroso descalçá-las ao fim do dia. É uma recompensa. Ele até dedicou um capítulo inteiro só para descrever essa sensação em suas Memórias Póstumas. "Toda sabedoria humana não vale um par de botas curtas", ele dizia. Os sutiãs são as botas curtas das mulheres."


"Pausar a leitura diminui a experiência - ler um bom livro é como nadar debaixo d'água segurando o ar, perde todo o sentido subir para respirar -, mas é melhor do que acabar ficando em um ônibus vazio em um lugar estranho."


"Nada melhor do que falar com alguém em seu idioma. Isso conecta as pessoas."



Jhenifer Souza

 
 
 

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